sexta-feira, 29 de abril de 2011

Discurso de PARANINFA /2011

DISCURSO DE PARANINFA – ELO CURSO DE ENFERMAGEM / 2011

Estou muito feliz por estar compartilhando este momento com vocês!

Especialmente por dois motivos:

Primeiro, porque não posso deixar de considerar que essa escolha, me elegendo como paraninfa, seja uma forma de avaliação do meu trabalho enquanto docente. Isso me lisonjeia, me deixa ainda mais feliz, é um reforço positivo, que me dá forças para continuar lutando pelo que acredito no ensino e na profissão.

Segundo, e mais importante, é que essa turma de formandos é muito boa. Coloco em todos muita fé e esperança. Demonstraram o quanto são bons ao longo do curso, nos estágios em campo, elaborando muitos trabalhos, fazendo estágios voluntários em instituições de ensino e auxiliando em vários núcleos de atendimento à pacientes dos hospitais, se dispuseram a frequentar e participar ativamente de cursos de práticas complementares de saúde.

Enquanto Escola de Enfermagem estamos cientes de estar formando bons profissionais, que podem e irão auxiliar a Enfermagem a ocupar, cada vez mais, melhores e maiores espaços no sistema de saúde brasileiro. Sabemos o nível de profissionais que estamos colocando no mercado de trabalho, e sabemos o quanto isso é importante, para uma profissão que ainda está necessitando de reforços para ser reconhecida enquanto tal.

Posso imaginar o que vocês estão sentindo agora, meus queridos ex-alunos, porque também passei por isso, um dia. É um momento de grande alegria, mas também de ansiedade e expectativas. É para ser de grande alegria mesmo, afinal, vocês concluiram mais uma etapa da vida, e sabemos o esforço que isso custou. E toda vitória deve ser comemorada, pois é da lembrança das comemorações que, muitas vezes, tiramos forças para as próximas batalhas.

Mas, também sentimos medo e ansiedade, porque temos dúvidas sobre o quanto sabemos, de não termos ninguém por perto para discutir nossas dúvidas e a quem recorrer quando necessário. Lembrem-se, porém, que vocês não precisam saber tudo sobre o oceano para nadar nele.

Eu sempre disse à vocês que fazer Enfermagem não é para qualquer um! É preciso muita garra e amor.

Descobri que o amor pela Enfermagem cresce quando estamos abertos para continuar crescendo com os pacientes e com a própria equipe. É uma profissão que exige que saibamos trabalhar em equipe, que exige uma auto-reflexão constante. Para ajudar, de fato, as pessoas, vocês precisam primeiro entendê -las. Mas só podemos entender os outros, se entendermos antes a nós mesmos. Aceitem o desafio de conhecerem a si mesmos, preparem-se. Desenvolvam a clareza, a coragem e a sensibilidade. Então, ajam!

Na Enfermagem, cada momento se coloca à prova a sua capacidade de amar a vida, e pelo amor que tem a ela, atrever-se a vivê-la. Vivam a vida, não as doenças.

...Dizem, que existia um reino onde as pessoas viviam felizes. Todos se sentiam bem, por estarem vivos. Acontece, que começou a surgir um boato, que existia uma tal de `peste", e que essa peste acabava com as pessoas, matava á todos. Começaram então, a ficar preocupados, ansiosos. E o rei, que se preocupava realmente com seus súditos, resolveu ir atrás dessa peste, e conversar com ela. Perguntou se ela chegaria no seu reino, e se mataria alguém. A peste confirmou, dizendo que iria até aquele reinado também. O rei

tentou barganhar, pedindo que poupasse seu reino, pois lá todos viviam bem. Depois de muita discussão, a peste entrou num acordo com o rei, e prometeu que, chegando naquele reinado, só levaria 100 pessoas. A peste veio e começaram a morrer as pessoas. Morreram 100. 150, 200, 400, 500! O rei foi novamente conversar com a peste. "Você prometeu que só levaria 100 pessoas! Já morreram 500 no meu reino". "Eu prometi, e cumpri a minha palavra," respondeu a peste, `quem matou as outras 400 pessoas, não fui eu, foi o medo".

Acreditem: a coragem é como um músculo. Fica mais forte com a prática.

Tenham coragem de se sentir vivos e de ser feliz num ambiente que, a principio, parece triste. Sintam-se felizes, sejam felizes, sem motivo nenhum! Então vocês poderão amar e fazer o que deve ser feito.

Aprendi e tentei passar pra vocês, que a Enfermagem tem como tarefa dar conforto, qualidade de vida, até o fim - enquanto a pessoa estiver sob nossos cuidados. Mas, que não temos o poder de impedir a morte. E essa aceitação, vocês já sabem, muitas vezes é difícil. Portanto, o melhor, é viver até morrer!

Aprendam com os pacientes a valorizar a vida, nas suas diferentes formas.

Sejam guerreiros, cujo caminho é a ação. A mente de um guerreiro é clara, flexível, resoluta. 0 corpo de um guerreiro é agil, elástico, sensível e cheio de energia. O coração de um guerreio é justo e amoroso. Sejam guerreiros e mestres. Mestres, ensinam pelo exemplo.

E os senhores pais? Vocês estão cheios de motivo para estarem felizes! Seus filhos conseguiram! Parabéns por eles. Quando entrei na Enfermagem, meus pais e outras pessoas, me perguntaram porque Enfermagem e não Medicina.

Claro que eu não tinha a clareza que tenho hoje, mas sabia que queria estar perto do doente, não queria só saber como tratar, mas queria também cuidar, executar procedimentos que viabilizassem o seu tratamento.

Entendo como é difícil ver um filho entrando em uma profissão que ainda não tem o seu valor socialmente reconhecido no Brasil, que não paga bons salários, que tem horários irregulares e que vai afastá-los de vocês em momentos como: Natal, aniversário, Reveilon...

Eu posso lhes garantir, senhores pais, que a Enfermagem pode dar àquele que descobre o seu valor: pode dar muita alegria.

É emocionante e gratificante ver as pessoas superando crises, repensando a vida e, até, entendendo a morte. Que vocês possam sempre, senhores pais e esposos, companheiros também, se orgulharem de seus filhos e companheiros. Torçam por eles, vibrem por eles. Orem por eles.

Quase finalizando, meus queridos ex-alunos e, agora, queridos colegas, quero desejar a todos e a cada um de vocês, que possam futuramente, estar numa

situação semelhante a minha: feliz por ter escolhido essa profissão, que me permite, entre outras coisas, ter tanta boa história pra contar.

EU DESEJO:

Que vocês ajudem a vida a crescer e se manter, pela espontaneidade, não pelo passado (escutem sempre o coração nas grandes questões);

Evitem hábitos. Meu desejo é que seus atos sejam conscientes, intencionais e completos;

Que vocês possam continuar fazendo críticas com consciência, com amor e por serem exemplos;

Prefiram a dignidade mais do que a oportunidade (lembrem-se que serão conhecidos mais pelo trabalho do que por qualquer outro papel social que desempenharem);

Preocupem-se em fazer bem feito ao invés de fazer mais;

Procurem satisfação no trabalho, mais do que segurança;

E, se acharem que a tarefa ou missão pessoal de vocês, é criar um mundo melhor, mais humano, mais digno, saberão o que fazer no dia-a-dia.

Temos muito trabalho por fazer ainda. Na Enfermagem e pela Enfermagem. Por isso, vocês são muito bem vindos nessa luta!

Obrigada novamente pela honra de ser a paraninfa de vocês.

Que Deus os guie sempre.

Obrigada a todos pela atenção..

Prof. Priscila D. Craveiro (ou Tia Pri)



2 comentários:

  1. Você plagiou o discurso de Maria Juli Paes da Silva da 52ª turma de formandos da Escola e infermagem da USP... que feio...

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  2. Não, plagiei não.. copiei mesmo!!! Foi lindo e acabei não colocando os créditos!!! Em momento nenhum disse que foi meu! Mas obrigada por ter colocado!!! Bjs!!

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