terça-feira, 20 de julho de 2010

Síndrome de Fournier

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Essa pesquisa foi realizada em campo de estágio dos alunos do ELO curso de Enfermagem e todas as fotos foram autorizadas.


A gangrena denominada de Fournier (1883) é uma forma específica de gangrena sinérgica, envolvendo escroto e períneo. Tem apresentação idiopática, porque há um processo necrosante obscuro de subcutâneo, sem causa definida mas com infecção mista.
A descrição de Fournier envolvia três pontos comuns: início escrotal súbito em paciente hígido; progressão rápida da gangrena e ausência de causa. Um fato parece estar colaborando com o aumento da incidência desta doença nos últimos anos: o uso abusivo de antibióticos.


Há acometimento dos adultos, podendo aparecer na criança e velho; parece haver uma correlação com as cirurgias urológica e plástica e infecção retroperitoneal. A mortalidade gira entre 25 e 32%.

O quadro clínico demonstra dor escrotal súbita em pacientes sem qualquer queixa, toxicoinfecção rápida e grave, com prostração e inconsciência. Não há sinais de abdômen agudo ou doença sistêmica.
O exame físico mostra: escroto aumentado por edema e eritema muito doloroso. O tecido epitelial torna-se escuro e progride para gangrena, com um odor fétido (de mortificação) e enfisema subcutâneo locorregional. Nesta fase, a dor melhora pelo envolvimento dos nervos, o que torna a situação mais grave, se não se suspeita do diagnóstico.

Esta situação simula: orquite, epididimite, torção de testículo, hérnia estrangulada, abscesso escrotal.
febre e um quadro gravíssimo, onde se pode observar: taquipnéia, náusea, vômito, alterações mentais em geral resultantes de septicemia.

Não se explica a preferência pela pele escrotal. Várias sugestões existem: falta de higiene; evaporação menor de suor; pregas de pele que albergam em ninhos as bactérias que penetram após pequenos traumas; as rugas da pele impedem uma circulação livre com baixa resistência à infecção; tecido celular subcutâneo muito frouxo facilitando a disseminação; edema em trauma ou infecções menores, interferindo na vascularização correta da região; tromboses de vasos subcutâneos de maneira extensa.
Apesar de se atribuir a causa a uma sepse, o caráter idiopático se mantém em 50% dos casos. Mas não se pode esquecer inúmeras condições traumáticas, cirúrgicas e patológicas associadas à gangrena escrotal e que coincidentemente se localizam na pelve e estão relacionadas à cirurgias anorretais, e geniturinárias e apendiculares e a neoplasia.


Os germes isolados dos tecidos doentes são anaeróbios (Bacteroides, Clostridium ou Streptococci) e aeróbios (E. coli, Staphylococcus epidermidis, Streptococci).

O tempo de intervalo entre o inicio de infecção e tratamento é crucial para prognostico. Paciente com duração dos sintomas até quatro dias tem melhor prognóstico, enquanto que o tempo de sintomatologia de sete dias está associado a alto índice de mortalidade.

Tratamento consiste no uso de antibiótico de largo espectro, Anfotericina B, cobrindo anaeróbios e gram-negativos. A cirurgia é indispensável. O tratamento da causa é indispensável na evolução da doença. Também se incluem na terapia a oxigenoterapia hiperbárica (OTH) e os triglicerídeos de cadeia media (TCM) como óleo de girassol.

Fatores Predisponentes:

· Infecção do trato Urogenital;

· Infecção de glândulas bulbo-uretrais;

· Fimose;

· Infecção do trato urinário baixo;

· Doença de Crohn.

Infecções Anorretais:

· Infecção de glândulas perianais;

· Complicações de tumores colorretais;

· Diverticulite colônica;

· Apendicite.

Estados de Imunodepressão:

· Leucemias;

· HIV.

Lesões da pele da região perineal:

· Hidradenite supurativa;

· Úlcera por pressão de bolsa escrotal;

· Trauma intencional (piercing).

Tratamento Hiperbárico:

· Inicial: pressões de 2,0 a 2,7 ATA (atmosferas absolutas);

· Duas sessões diárias de 120 min;

· Após estabilização do quadro: uma sessão diária (até completar a cura)

Tratamento complementar:

· Vit. E;

· Vit. C;

· Manganês-atuação mitocondrial;

· Cobre-atuação citossolica;

· Zinco;

· Selênico;

· Riboflavina e etc.


Fontes:

WWW.centromedicohiperbarico.com.br

Cirurgia de urgência – vol II – 2ª Ed. – 1994.

http://boasaude.uol.com.br

terça-feira, 13 de julho de 2010

Circuncisão Feminina

Hoje pela manhã, como de costume, passei o olho nas notícias do dia e algo me chamou a atenção... Dizia assim: As histórias são parecidas: sem aviso, as meninas são levadas pelas mães a um local ermo, onde encontram uma espécie de parteira que as espera com uma navalha. Sem qualquer anestesia ou assepsia, a mulher abre as pernas das garotas - muitas vezes, crianças de menos de dez anos - e corta a região genital, num procedimento que varia da retirada do clitóris ao corte dos grandes lábios e à infibulação (fechamento parcial do orifício genital).

Fiquei perplexa com a notícia e resolvi estudar sobre o assunto... Eis o resultado!

A circuncisão feminina é um ritual comum praticado em certos países africanos, especialmente na Costa do Marfim. É realizado por certos grupos étnicos e consiste em remover uma parte maior ou menor dos lábios – as dobras macias de pele ao redor da vagina – e o clítoris da mulher ou de uma menina. O clítoris corresponde ao pênis do homem.

Há quatro tipos de circuncisão feminina:

Primeiro grau – remoção da parte superior do clítoris – isto é semelhante à circuncisão masculina.

Segundo grau – remoção completa do clítoris e de parte dos pequenos lábios.

Terceiro grau – remoção completa do clítoris e dos pequenos e grandes lábios.

Quarto grau ou infibulação – isto consiste em suturar os dois lados da vulva após a remoção do clítoris e dos pequenos e grandes lábios. É deixado um orifício pequeno para a menstruação.

A partir do segundo grau, estamos falando em mutilação. Problemas graves de saúde podem ser causados pela excisão, especialmente durante o parto.

A idade da circuncisão varia de acordo com o grupo étnico. Pode ser desde os sete dias de idade até quando se dá à luz pela primeira vez. Geralmente são as mulheres mais velhas que se encarregam deste ritual. Usam objetos afiados como facas, lâminas de barbear ou certas plantas.

As razões para a circuncisão

Muitas razões são dadas. No entanto, o objetivo principal é manter a mulher em submissão ao homem. A circuncisão impede a mulher de desfrutar do sexo na sua totalidade e sendo assim, as mulheres têm uma vida sexual de completa resignação. São mais dóceis porque sentem menos prazer. Algumas pessoas dizem que as mulheres que não foram circuncidadas não podem conceber.

No caso da infibulação, é para garantir a fidelidade da mulher. Na verdade, cada vez que o marido sai em viagem ele realiza a infibulação e no seu retorno ele ‘rasga’ os pontos.

As complicações

Imediatas…

  • sangramento grave, às vezes resultando em morte
  • ferimentos causados a órgãos vizinhos como a uretra e reto
  • infecção devido à falta de higiene, sendo a mais séria o tétano.

Posteriores…

  • dores severas durante as relações sexuais
  • problemas sexuais, pois a mulher não sente desejo nem prazer
  • infecções vaginais repetidas
  • fístulas.

Riscos durante o parto

Nas mulheres circuncidadas, geralmente os médicos são forçados a fazer cortes grandes – episiotomias – durante o parto pois a abertura da vagina é tão reduzida em tamanho. Corre-se assim o risco de lesar o reto ou a uretra.


Hoje ainda existem mais de 26 países na África e Arábia que praticam algumas ou todas as formas de circuncisão feminina e mutilação genital. Sabe-se que hoje 100 milhões de mulheres passaram por este ritual.

Esta pratica é agonizante, dolorosa e extremamente perigosa. Muitas meninas morrem de hemorragia, muitas têm infecções crônicas que duram toda vida, como também muitos problemas com parto, no relacionamento conjugal e na menstruação.


"Desmaiei muitas vezes. É impossível descrever a dor que se sente", disse em entrevista ao G1 a hoje modelo e ativista contra a mutilação genital feminina, Waris Dirie, que nasceu num vilarejo da Somália e foi circuncidada aos cinco anos. Dirie se tornou modelo internacional e uma ferrenha ativista contra a circuncisão feminina. Sua história, contada no livro "Flor do deserto", virou filme com o mesmo nome - em cartaz em São Paulo. Aos 45 anos, ela é fundadora de uma organização que leva seu nome. Também luta contra a mutilação de suas seis sobrinhas e tenta refazer a cabeça da cunhada, que moram no deserto.

Nos EUA, essa prática é proibida e isso faz com que muitas meninas sejam enviadas de volta ao país de origem parar realizar a pratica. A última declaração da OMS contra a prática afirma que o trabalho junto às comunidades está tentando reverter o costume e tem obtido sucesso em algumas regiões, apesar da lenta taxa de redução.

Concordo com Dirie, é um crime contra o ser humano, às crianças que são indefesas, incapazes de escolher por elas mesmas. É difícil aceitar que a mulher tenha que sofrer e ser submissa ao homem a esse ponto, de se mutilar. Existem formas de se realizar o processo sem dor e sem problemas futuros, mas por que ainda tem que ser sofrido, violentado e traumático? Se for por questão religiosa, que Deus os perdoe...

FONTES:

http://tilz.tearfund.org/Portugues/Passo+a+Passo+21-30/Passo+a+Passo+24/Circuncis%C3%A3o+feminina+O+que+devemos+pensar.htm

http://www.familiamatioli.com.br/home/index.php?option=com_content&view=article&id=60:a-circuncisao-feminina-e-a-mutilacao-genital&catid=45:africa&Itemid=58

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/07/e-impossivel-descrever-dor-diz-modelo-sobre-circuncisao-feminina.html

http://www.waris-dirie-foundation.com/en/

http://www.hrw.org/en/reports/2010/06/16/they-took-me-and-told-me-nothing











Brindes